Vozes Agudas

A exposição coletiva “Vozes Agudas” é um desdobramento do Grupo de Estudos “Mulheres não precisam estar nuas para entrarem nos museus”, que ocorreu no Ateliê397. Durante o primeiro semestre de 2018, curadoras, pesquisadoras e artistas se reuniram semanalmente para discutir o lugar da mulher no mundo da arte, suas contribuições e os espaços por elas ocupados. Assim, essa mostra é um dos resultados de uma série de reflexões sobre a estrutura do circuito artístico brasileiro que desestimula constantemente o desenvolvimento e a circulação da produção das mulheres.

Pretendemos apresentar as pesquisas estéticas – e políticas – realizadas por dez artistas mulheres cis e trans apostando que elas incitam novos olhares para questões fundamentais da contemporaneidade. A mostra não se articula por meio de coincidências temáticas ou de linguagem mas, antes, mostra a diversidade dessas produções que têm em comum a contundência de sua expressão. Reunir um time de artistas com diferentes pesquisas e práticas é, ao mesmo tempo, desafiar o pensamento dominante e ampliar a discussão sobre a necessidade de romper com os estereótipos ligados à arte e gênero.

Reforçamos assim o compromisso do Ateliê397 – espaço dedicado à arte experimental – em empreender novas lutas e conferir visibilidade àquilo que ainda não está posto com clareza no sistema da arte brasileira. Ao propor essa mostra coletiva, na qual afinidades inesperadas afloraram, estamos fazendo uma aposta em nome do que acreditamos: o significado revolucionário da arte. Nesse sentido, todas as vozes agudas reunidas estão aqui para lembrar a potência, ainda pouco reconhecida, das mulheres no campo da arte.