Selecionadas Prêmio Vozes Agudas 2020

 

A primeira edição do Prêmio Vozes Agudas para Mulheres, que contou com um total surpreendente de 832 inscrições, concluiu sua primeira etapa. As juradas tiveram um intenso e complexo trabalho e, seguindo o perfil do edital, procuraram, ao analisar os portfólios enviados,  contemplar tanto artistas que necessitam de um investimento na carreira como também a trajetória empreendida até aqui.

Mônica Coster.
Laryssa Machada
Massuelen Cristina

 

 

 

 

A escolha resultou nas três premiadas: Laryssa Machada, Massuelen Cristina e Mônica Coster.

 

 

Laryssa Machada (@laryssamachada), natural de Porto Alegre (RS) mas residente em Salvador (BA), trabalha com ficcionalizações fotográficas que visam a reelaborar o vocabulário visual de cunho afrodescendente e indígena, dentro da chave descolonial de torção dos arquétipos regionais. A mineira Massuelen Cristina (@massuucristina), com formação em Psicologia e em Artes Visuais, transita por mídias tecnológicas para construir narrativas subjetivas de percepção de um ser/devir ruidoso no mundo, em que a dimensão racial e de gênero debatem-se com os imperativos de vida e suas contradições. Já Mônica Coster (@___monicacoster ), paulista mas residente e atuante no Rio de Janeiro, aborda em sua produção estratégias de desvio de sistemas, seja no âmbito da crítica institucional em diálogo com o campo arquitetônico, seja no contexto dos sistemas corporais e seus fluxos de produção.

A difícil tarefa de selecionar apenas três premiadas, levando em conta volume, multiplicidade e qualidade dos portfólios enviados, levaram as juradas à necessidade de conceder pelo menos duas Menções Honrosas. Uma foi ao coletivo Terroristas del Amor (@terroristasdelamor), formado pelas artistas Dhiovana Barroso e Marissa Noana, naturais de Fortaleza (CE), que mobilizam diversas linguagens ligadas ao arcabouço da militância artística para desencadear um processo educativo e elucidativo das experiências e afetividades lésbicas, além das diversas violências das quais estão à mercê. A outra menção honrosa coube a Vulcanica Pokaropa (@vulknik). Artista travesti racializada, Vulcanica faz uso de aparatos performáticos e documentais para elaborar peças de crítica e de expurgo à heterossexualidade/cisgeneridade compulsória e aos transfobismos imersos em nossa cultura.

Terroristas del Amor
Vulcanica Pokaropa

Concluída a etapa de seleção, gostaríamos de ressaltar nosso entusiasmo por receber  inscrições com essa intensidade e amplitude de representações do feminino, agradecer a confiança de todes os inscrites em submeter seus portfólios ao nosso olhar e afirmar a relevância de sua produção para nossas decisões e o cenário artístico.

Esperamos contar com a sua participação em nossas futuras ações!