Escola da Floresta: Nuestro Norte es el Sur
com Fábio Tremonte, artista e educador
Em 1935, em um conferência intitulada La Escuela del Sur, Joaquin Torres Garcia propagou a seguinte sentença: “He dicho Escuela del Sur; porque en realidad nuestro norte es el sur. No debe de haber norte para nosotros, sino por oposición a nuestro sur. Por eso ahora ponemos el mapa al revés y entonces ya tenemos la justa idea de nuestra posición.”
Proposições
Partindo dessa premissa, a Escola da Floresta, projeto criado por Fábio Tremonte em 2016, propõe um curso formado por uma série de 16 encontros que busca entender a formação da América Latina a partir do encontro entre colonizadores e povos originários, que guardam suas origens numa tradição anterior à chegada dos europeus, quanto aqueles grupos que se constituíram a partir desse momento, vivendo em resistência a violência do passado colonial cujas raízes ainda estão sob nossos pés.
Durante os encontros, os interesses estarão voltados a conectar-se com as formas de resistência que confrontam a crença da cultura ocidental, no progresso, no desenvolvimentismo e no projeto civilizatório que eliminou uma série de povos, e com eles, seus saberes.
Buscando na ideia de autonomia e liberdade fazer frente a esse processo que assombra o território latino- americano desde os primórdios de sua constituição, além de procurar imaginar outras formas de vida, através de experiências, vivências e práticas nos encontros e deslocamentos entre arte, educação, ativismo e política.
A cada encontro será selecionado um texto, que poderá vir acompanhado de uma imagem, uma música, uma comida ou bebida e que serviram de linha de reflexão e conversa sobre esses contextos e oferece possibilidades de momentos de aprender, compartilhar e construir coletivamente e que buscará vivenciar um tempo que se pretende desacelerado, lento, não-programado, disposto a desvios e paradas.
Durante o período, os encontros estarão próximos de assuntos como canibalismo, animismo, queda do céu, fim do mundo, outras formas de vida, imaginação política, resistência, culinária, fogo, cosmopolítica, cumbia, gráficas populares, escola de artistas, desobediência civil, entre outras possibilidades.
Informações gerais
Segundas-feiras, 19h30-22h30
Data de início: 14 de agosto
Data de término: 27 de novembro Vagas: 20
Inscrições
Os interessados poderão se inscrever preenchendo o formulário.
https://goo.gl/forms/RHY29kKWkEuQLeVh1
Pagamento
Serão 4 parcelas de R$300,00. O pagamento da primeira parcela garante a vaga no curso. O aluno poderá requisitar um boleto, fazer um depósito em conta-corrente ou pagar diretamente no Ateliê397, de quarta a sexta, das 14 às 19H. Não aceitamos cartões. As demais parcelas devem ser pagas no Ateliê397 até os dias 14/09, 16/10 e 14/11.
Sobre o professor
Fábio Tremonte é um amador.
Nasceu em 1975, em São Paulo, cresceu em Niterói, perdeu-se em Goiânia, hoje vive em São Paulo, novamente,
Escolheu a arte pela possibilidade de não precisar se tornar um especialista. Cozinheiro de manhã, antropólogo de tarde, DJ de noite, e assim por diante. A arte possibilita a errância por diversas áreas do conhecimento humano e a livre experimentação. Sem a necessidade do rigor que cerca o especialista, o artista pode dobrar, irisar, rasgar, vincar, esticar e mesclar.
Percorrendo trajetos diversos, Fabio Tremonte mantém, atualmente, alguns projetos distintos que se tocam em momentos diversos: Escola da Floresta, escola nômade e temporária sem programa fixo que busca no surgimento da América Latina ponto de partida para seus encontros; Deriva culinária, projeto no qual busca aprender, cozinhar e compartilhar comidas surgidas em contextos específicos, de políticos a afetivos. valderramas_project é um projeto sonoro iniciado em 2003 e, atualmente, produz uma espécie de cartografia da cumbia.
Na Patagônia, dirige a Residência Artística Barda del Desierto em companhia de Maria Eugenia Cordero e Nicolás Rey.
Atualmente, dedica-se a escrever projetos em portunhol.
É um ser dispersivo.