Pedro Varela

No dia 10 de dezembro o Ateliê397 apresentou uma maratona de eventos, começando as 17h pela abertura do Corredor397 com uma intervenção do artista carioca Pedro Varela. Um bosque psicodélico azulado ocupou o muro do Ateliê397. Desdobramento das recentes pinturas em grande formato, que se assemelham a desenhos feitos com caneta esferográfica, e da constante vontade do artista de misturar colagem e desenho, a intervenção combina um desenho azul pintado com tinta acrílica e colagens em vinil adesivo escorrendo das paredes, formando vibrantes poças de cor no chão.

10.12.11
17H – ABERTURA do CORREDOR397 com PEDRO VARELA
+lançamentos das publicações
*MARÉ  revista de crítica
*Novo website Ateliê397
*Sobre ser animal – catálogo de Mauricio Adinolfi

18H -DEBATE de lançamento da Revista de crítica MARÉ

21H – SESSÃO CORREDOR ENFRENTAMIENTO
curadoria Espacio G [CHILE]

23H  FESTA com
DJ STEREOLEO
PERFORMANCE
GLAMOUR GARCIA
BAR
NÓS MOÇADA

 

 

“As cidades que Pedro Varela desenha remetem muito mais à literatura do que a qualquer referência nas artes visuais. Como se esperassem um texto de Borges para as acompanhar, cuidam de manter grandes espaços em branco no papel. Podem ser miragens vistas à distância por um personagem das Mil e uma Noites, cidades com nomes de mulheres como as de Italo Calvino, ou castelos de um conto que guardamos da infância de nossa experiência literária.
A essas alusões ficcionais misturam-se prédios que conhecemos de lugares reais: já vi esse em Chicago, aquela cúpula está na Sé, ali a torre de Ontário. Misturados a morros, essas cidades têm todas um certo sotaque carioca: onde mais senão no Rio de Janeiro se vê um castelinho ao lado de uma pedra monumental que parece apoiar o arranha-céu? E assim esses desenhos vão escorrendo de canetas esferográficas e, vivos como uma urbe, não respeitam a fronteira do papel, invadem a parede e zonas de risco como janelas. O vidro, aliás, é um suporte frequente para experiências de Pedro Varela: olhando de janelas por onde a caneta de Varela passou, podemos ver um castelo flutuar no céu ou plantas exuberantes brotarem do topo de um edifício de concreto. Varela constrói também seus mundos mágicos e fluidos com vinil adesivo colorido sobre papel, vidro, parede, chão ou o que quer que esteja no caminho e queira aderir a urbanização onírica.
Outro suporte que reforça o aspecto onírico do traço de Varela é o tecido esticado em bastidores redondos, que remetem a bolhas prontas para desaparecer  levando embora as paisagens fantásticas. Desde 2008, as cidades de Varela aparecem também tridimensionais, construídas em papel branco, suspensas por fios ou finíssimas palafitas.
Virtuose do desenho e da capacidade de encantamento, Pedro Varela formou-se em gravura pela escola de Belas Artes da UFRJ em 2005 e já expôs em várias galerias do Rio de Janeiro,  México e Chile. Em 2010 participará da exposição coletiva “Gigante pela Própria Natureza” no IVAN (Valencia, Espanha) e de uma individual no Paço das Artes, em São Paulo, como selecionado da Temporada de Projetos.”
Paula Braga