Mesmo estando separados
Imagens Renato Nonato
Ocupando a sede do espaço independente – um galpão industrial na Barra Funda, SP – a exposição parte do desejo de pensar a vida em coletivo e de reunir a produção dos artistas contemporâneos que participam das turmas do grupo Clínica Geral, que desde 2020 aconteceu apenas com encontros online. O título da mostra surge da canção homônima, conhecida na voz de Leci Brandão, na qual a sambista e deputada estadual canta: “querer bem, mesmo estando separados”.
Com início em 2016, o grupo de acompanhamento de projetos é voltado a artistas interessados em discutir coletivamente suas práticas no campo da arte contemporânea. Clínica Geral, o nome dado ao curso remete às atividades que envolvem cuidado, escuta, diagnóstico e orientação, que é feita atualmente pelos artistas Raphael Escobar, Tiago Gualberto, Rubens Mano e Kauê Garcia e pelas curadoras Thais Rivitti e Érica Burini.
O ponto de partida da exposição foi uma chamada aberta aos artistas que participaram das turmas do curso no segundo semestre de 2022 – e que, neste ano, somaram aos grupos à distância, uma turma presencial.
As obras expostas englobam suportes de tradição, como a pintura, escultura e fotografia, até práticas processuais e de experimentação, que podem incluir ações como um dia de tatuagem, coleta de relatos ou incorporam insetos, plantas e a decomposição de matéria orgânica nas obras de arte.
Mesmo estando separados reflete o desejo de estar juntos, após anos de pandemia. Ao mesmo tempo, os conflitos e negociações necessárias à vida em conjunto, no interior de grupos sociais e identitários ou em sociedade de modo geral, são abordados e problematizados pelos artistas que participam da exposição.
“Refletir sobre a comunidade, sua necessidade, seus impasses, sua conceitualização não se resume à ação comunitária ou a uma política de denúncia que toma forma nas artes. Há uma dimensão no trabalho de arte que estabelece uma comunidade também por meio de sua construção compartilhada de sentido, que cria um agrupamento em torno daquilo” complementa a curadoria.
A curadoria é coletiva, de Bruna Fernanda, Caio Bonifacio, Érica Burini, Glauce Santos e Lucas Goulart – jovens curadores que acompanham, cada um, uma turma do Clinica Geral – prevê uma série de ativações, do início ao encerramento da mostra, que coincide com o encerramento da SP-Arte.
As vendas de trabalho ajudam a manter a programação do Ateliê397, cobrir os custos da exposição e remunera o trabalho artístico.
Curadoria: Bruna Fernanda, Caio Bonifacio, Érica Burini, Glauce Santos e Lucas Goulart
Artistas: Adriana Conti Melo, Agnaldo Zaiba, Amanda Fahur, Ana Sefair Mitre, Anália Moraes, Bruno dos Santos, Cris Peres, Davide Mari, Denis Moreira, Evandro César, Gersony Silva, Giulia Ferrante, Isabel Gouveia, Isadora Maia, Joana Waldorf, João Porto, Juliana Maia, Jussi Szilágyi, Lana Maciel, Letícia Ranzani, Licida Vidal, Lília Malheiros, Lívia Lanzelotti Nishibe, Luciana Boaventura, Luciana Monteiro, Maria Lucia Simonsen, Mariana Metri, Matheus Chiaratti, Mayara Velozo, Michaela A F, Naomi Shida, Núcleo Coluna (Julia Bernardet e Lígia Tortella), NuDesenhos, Oasi, Pedro Orlando, Raquel Campos, Renato Nonato, Rosana Spagnuolo, Samara Oliveira, Simon Fernandes, Solange Renault, Sueli Espicalquis, Tania Sayri, Tetê Lian, Thiá Sguoti, Vanessa Soares, William Araujo
SERVIÇO
Mesmo estando separados
Exposição coletiva
Abertura: sábado, 4 de março às 15h
Visitação: 4 de março a 2 de abril, de quinta a domingo, das 15h às 19h;
Ações e atividades:
04/03 – Joana Waldorf, ação Seu Nome; NuDesenhos, performance Desenho coletivo; Vanessa Soares, ativação Glória – Programa de Reprodução Humana.
25/03 (Circuito SP-Arte): Agnaldo Zaiba, ativação Pixogravura; Bruno dos Santos e Vitor Bárbara (PRIMAS), D.R.A.P. – Dispositivo Relacional Articulado de Proteção; Giulia Ferrante, ação Comunidade-pão; Joana Waldorf, ação Seu Nome; Vanessa Soares, ativação Glória – Programa de Reprodução Humana
Ateliê397
Rua Cruzeiro, 802 – Barra Funda, São Paulo, SP.
Gratuito
Apoio: Becks Beer