Arte e vida: do moderno ao contemporâneo

com Ricardo Fabbrini

6, 13, 20 e 27 de junho
terças, 19h30 às 21h30

Em junho, a série “A Academia ocupa o ateliê” apresenta o curso “Arte e vida: do moderno ao contemporâneo”

Os encontros analisam as tentativas de embaralhar arte e vida, com ênfase nas intervenções urbanas, a partir dos anos 1990. Fabbrini examina as intervenções que teriam por finalidade, segundo o curador Hans Obrist, construir “espaços e relações visando à reconfiguração material e simbólica de um território comum”. Sua finalidade seria – nos termos do artista Rirkrit Tiravanija – constituir durante certo tempo, novos espaços de interação – “plataforma” ou “estação”-: “um lugar de espera, para descansar e viver bem”, em que “as pessoas conviveriam antes de partirem em direções distintas”. Seriam intervenções que “mediante pequenos serviços” corrigiriam, segundo Nicolas Bourriaud, as falhas nos vínculos sociais ao redefinirem as referências de um mundo comum e suas atitudes comunitárias. Seria um lugar de esperança e mudança, porém não nostálgico, porque dissociado da ideia já devidamente arquivada, que orientou as vanguardas, de utopia. O curso perguntará, assim, se o investimento da arte de vanguarda na transformação do mundo segundo o esquema revolucionário orientado por uma “utopia política” foi substituído por um “realismo operatório” voltado para a “utopia cotidiana, flexível” (ou “heterotopia”, no termo de Michel Foucault). Por fim, examinará a relação entre a arte contemporânea e o ativismo urbano – como grupos feministas, negros, LGBT, ou em coletivos contra a gentrificação, de denúncia da vulnerabilidade social, do Parque Augusta ao Ocupe Estelita – que tensionam estética e política, sem ceder à ameaça de ver suas ações transformadas em “mercadoria vedete do capitalismo espetacular”, na expressão de Guy Debord.

 

Programa:


Aula 1 – 06/06
Caminhadas estéticas: do dandy ao dadá.

Aula 2 – 13/06
As Derivas: Surrealismo e Situacionismo

Aula 3 – 20/06
Estética Relacional: Nicolas Bourriaud e Jacques Rancière

Aula 4 – 27/06
Cidade, Utopia e heterotopia

Ricardo Fabbrini é professor doutor em Filosofia no curso de Graduação e no Programa de Pós-graduação em Filosofia no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo; e professor do Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP. Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito da USP e em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da mesma Universidade. É doutor em Filosofia pela USP, onde obteve também o título de mestre. É autor de “O Espaço de Lygia Clark” (Editora Atlas) e “A arte depois das vanguardas” (Editora Unicamp). Tem experiência na área de Estética, atuando principalmente nos seguintes temas: estética, filosofia da arte, arte contemporânea, arte moderna, e arte brasileira.


Referências bibliográficas:

BERENSTEIN JACQUES, Paola (org.), “Apologia da deriva, escritos situacionistas sobre a cidade”. Rio de Janeiro; Casa da Palavra, 2003.
BOURRIAUD, Nicolas. “Estética relacional”, São Paulo, Martins Fontes, 2009.
__________, “Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo”. São Paulo, Martins Fontes, 2009.
__________, “Formas de vida: a arte moderna e a invenção de si”. São Paulo, Martins Fontes, 2011.
__________, “Radicante: por uma estética da globalização”. São Paulo, Martins Fontes, 2011.
CARERI, Francesco. “Walkscapes”: o caminhar como prática estética. São Paulo: Editora Gili, 2013.
FOUCAULT, Michel. “O corpo utópico, as heterotopias”. São Paulo, n-1 Edições, 2013.
__________, Outros Espaços. In “Estética: literatura e pintura, música e cinema”. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2001.
RANCIÈRE, Jacques, “A partilha do sensível: estética e política”; São Paulo: Editora 34, 2005.
_________, “O espectador emancipado”. São Paulo, Martins Fontes, 2012.
TADEU, Tomaz (org.). “Manual do dândi: a vida como estilo: Charles Baudelaire; Honoré de Balzac e Barbey d´Aurevilly”. Belo Horizonte: Autêntica Rditora, 2009.
VISCONTI, Jacopo Crivelli, “Novas derivas.” São Paulo, Editora WMF: Martins Fontes, 2014.


Inscrição

Os interessados podem se inscrever preenchendo o formulário através do link https://goo.gl/forms/d0mR5h9vkVStrnUO2. Após o envio do formulário, entraremos em contato para confirmar a inscrição e fornecer os dados bancários para depósito do valor. Ou, diretamente pelo telefone (11) 3865-2220, de segunda a sexta-feira, das 14-19h.

Número de encontros: 4
Número de vagas: 20
Data de início: 06 de junho, 2017
Data de término: 27 de junho, 2017
Terça-feira 19h30 às 21h30


Pagamento

R$200,00 (inteira) e R$150,00 (estudantes). O pagamento garante a vaga no curso. O aluno deverá fazer um depósito na conta-corrente do Ateliê397 no ato da inscrição.